" Olhamos em redor e deparamo-nos com aquele alguém especial. Os nossos olhos acompanham cada pequeno movimento, observam cada detalhe minucioso, e num ápice tudo o resto desaparece. Assim que ele muda de direcção e deixamos de vê-lo, tudo se ilumina de novo e acordamos de um sonho que há poucos segundos fora a mais pura realidade do nosso ver.
Os dias passam e de cada vez que nos cruzamos com ele, as sensações sobem à flor da pele e desejamos estar num sonho profundo que nunca mais acaba. Depois de cada momento a observá-lo, uma súbita vontade de suspirar renasce do nosso interior. É amor, sem dúvida.
Com determinação, coragem e confiança, decidimos tomar iniciativa: falamos com ele. Criamos inocentes laços que nos aproximam mais e mais. Dum súbito nasce a enorme vontade de fazer o primeiro passo.Depois de horas a fio acordadas à noite a debatermo-nos com possibilidades e hipóteses de conversa, mil e um pensamentos cruzam as nossas mentes, juntamente com a curiosidade do que poderá acontecer.
Chegou a hora, não aguentamos nenhum segundo adicional. Declaramo-nos, damos o nosso melhor e esperamos também o melhor.
Quando isso não acontece, um enorme sentimento de desilusão percorre o nosso corpo, dando a gelada sensação de que o coração nos caiu aos pés. O mundo à nossa volta começa a ruir e lágrimas caem fervorosamente pelas nossas faces, trazendo à superfície as nossas emoções. Tentamos dar a volta por cima, mas agora ele ignora-nos, evita-nos, trata-nos como se fossemos mais um figurante no meio das multidões desconhecidas.
Olhamos em redor e já não vemos pessoas normais. Observamos atentamente e dá-nos a terrível sensação de que somos os únicos sem par, os únicos sem uma mão para segurar, sem um colo para nos embalar, sem uns braços para abraçar... sentimo-nos sós e carentes, precisamos de nos apoiar em algo, em alguém. E lá estão os amigos, mas nunca nos parece suficiente.
Quando nos cruzamos o sonho desaparece e transform-se no mais obscuro pesadelo. O ambiente gela, sentimo-nos envergonhados de nós mesmos e baixamos a cabeça. Forçamos os olhos a fecharem, enquanto um exército de lágrimas lutam no parapeito das nossas pálpebras para sair e correr pela nossa cara fora, mas por breves momentos conseguimos conter-nos e levantar a cara de novo, avançando corajosamente até ao fim do dia, quando nos deitamos na cama e aí sim, deixamos as emoções correr...
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" Uma mulher nunca devia chorar em público... " ~ Ichigo, Kamikaze Girls «3 |
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