domingo, 3 de abril de 2011

#9 - solidão

"  Acordava sem saber que dia era; deitava-se sem saber que dia vinha a seguir. Mas no fim, não importava, porque todos os dias eram iguais para si. Vagueava pela casa, como que procurando algo, mas, nunca encontrava nada, nem ninguém. Só ela se passeava por entre os corredores, de resto, a casa era vazia, sombria.
   De vez em quando, saía, e sabia quando era dia ou noite; jurava vingar-se de todos os que lhe queriam mal, mas isso enfurecia-a mais, pois sabia que, no fim de contas, não tinha ninguém, nem para o mal, nem para o bem.
   Entrega-se aos vícios na esperança de que pelo meio de todas as emoções a resposta possa chegar. Mas nunca chega. Abre a porta do carro e entrega-se à estrada. Não está sóbria, nem perto. As luzes fazem-lhe doer a vista. Uma luz aumenta cada vez mais na sua direcção, e, num piscar de olhos, adormece.
   Depois acorda, olha em volta, era tarde demais: estava morta.
   Agora, estaria sozinha para todo o sempre, mas afinal, quem se importa?

3 comentários:

c. disse...

gostei muito do blog, estou a seguir (:

JessicaVianaზ' disse...

, obrigado (:

Cristiana Lourenço disse...

está lindo :c